terça-feira, 27 de abril de 2010

Vamos trocar figurinhas?

Rafael Castello Branco

2010, século XXI, segundo milênio da humanidade, tecnologias avançando mais rápido que Usain Bolt, jovens viciados em Playstations, Xboxes e jogos ultra sofisticados. É a realidade que nos cerca, certo? Até seria verdade, se o mês de Abril não existisse. A febre do momento não é God of War III e nem GTA IV, mas sim o álbum da Copa do Mundo de 2010. Sim, senhoras e senhores, é essa pequena revistinha que faz a alegria da garotada, “rapazada” e até mesmo “adultada” hoje. Colar figurinhas torna-se mais interessante do que colar os olhos na tela da TV e, munido de um controle, matar monstros enormes e abominantes. Agora fica a pergunta: o que tem de tão impressionante esse tal álbum da Copa de 2010?



Simples, é mais barato, mais fácil e mais integrador do que outros jogos mais tecnológicos. Munido de figurinhas, que vão de jogadores das seleções participantes do mundial até escudos brilhantes, o cidadão pode entrar e até criar grupos de trocas e relacionamento. Não tem erro, roubalheira, nem gente ficando chateada. Todos saem no lucro (com excessão do “bafão”, mas aí já é outra história, pois exige a vontade do colecionador de competir). Até os mais velhos participam da coleção. Relembrar a infância é sempre bom para os coroas, acostumados a colar figurinhas de Zico, Júnior, Sócrates, Pelé e Garrincha nos álbuns de outras copas.  

E você deve estar se perguntando: o que esse álbum tem de negativo? Bom, considerando que são mais de 600 figurinhas, o custo não é tão baixo. O mínimo a ser gasto fica em torno de R$ 100,00 (o resto fica por conta das trocas). Tirando o fator dinheiro, não vejo outros “contras” na revista. E, não, não vou contar a ausência de Neymar e presença de Ronaldinho Gaúcho nas páginas do álbum.

A fama é tanta, que a Fifa tentou implantar uma versão online da revista, onde você abre pacotinhos com o mouse e pode até trocar figurinhas com outros internautas. É claro que a graça não é a mesma, mas para aqueles que não abrem mão da tecnologia, fica a dica. Apesar de ter elogiado essa febre que toma conta das rodinhas de amigos, eu não aderi ao álbum. Pelo menos até agora, porque a insistência é tanta que um dia vou acabar cedendo. E se esse dia chegar, preparem suas figurinhas porque irei com força total.      

terça-feira, 13 de abril de 2010

Desrespeito aos Cariocas

Raysa Himelfarb

Os moradores do Rio de Janeiro, como todos sabem, enfrentaram um drama, na semana passada, por causa da chuva. Muita gente ficou mobilizada com tragédias como a do morro da Bumba, em Niterói, mas há algumas pessoas que demonstraram não ter o mínimo de respeito. É o que percebi ao vivenciar  3 acontecimentos cariocas, desde então.

O primeiro foi o jogo do Flamengo contra Universidad do Chile, pela Taça Libertadores da América. A partida seria realizada na quarta-feira, á noite, no Maracanã. Porém, na data, o estádio não tinha condições de receber a partida, pois ainda tinha marcas dos estragos causados pelo temporal. Foi decidido, então, que a disputa seria no dia seguinte, quinta-feira, às 16h. Decisão incorreta, ao meu ver. Os motivos para eu afirmar isso é que, primeiro, a população estava aterrorizada com as notícias que chegavam a todo momento sobre a quantidade de pessoas mortas em deslizamentos. Lembrando que a tragédia em Niterói aconteceu de quarta para quinta-feira. Desculpa, mas não havia clima para jogo naquele momento. Principalmente para um jogo de ambito internacional e em que o vencedor virava o líder do campeonato. Outro fator, mais fraco devido ao contexto, é o horário marcado. As pessoas trabalham! São poucos os que puderam comparecer ao estádio. E aqueles que foram tiveram ainda que enfrentar muita lama na frente do Maracanã. Desrespeito.


Outro fato que trouxe muita revolta e problemas para os cariocas foi a greve que algumas empresas de ônibus resolveram fazer, na segunda-feira. Pessoas tiveram que ficar esperando horas para conseguir chegar ao seu destino. A área mais afetada foi a zona oeste da cidade, mas em bairros como a Tijuca, moradores também tiveram problemas. Eu sou um exemplo,  fiquei no ponto de 6:30 às 7:25. Durante esse tempo, só 3 veículos da linha 438 – Vila Isabel x Leblon (via Rebouças) passaram e todos eles não paravam, pois estavam completamente lotados. Somente depois de quase 1 hora de espera que consegui entrar em um. Resultado: muito estresse  e uma aula perdida. Sinceramente, quer fazer greve faz em outro momento. Depois de tantos problemas no Estado e uma semana muito conturbada, as pessoas não precisavam começar uma nova semana com mais problemas. Desrespeito.


O terceiro é o que acaba sendo mais revoltante. Não pelas consequências, mas sim pela cara de pau de alguém. Hoje, uma denúncia de que estava tendo um assalto com reféns em um prédio, na rua Henry Ford, na Tijuca, mobilizou 100 policiais, aterrorizou moradores e trabalhadores da região e tumultuou o trânsito do bairro, já que a rua foi fechada por precaução. Depois de horas de cerco policial no local, descobriu-se que não havia assalto algum, que tinha sido um trote. Faça me o favor, né! Bom, a polícia já identificou o dono do telefone de onde partiu a ligação e vai investigar o caso. O engraçadinho pode ser condenado a até seis meses de prisão. Tomara que ele seja encontrado e indiciado, para servir como exemplo. Desrespeito.